Adnor Pitanga

André Klotzel

Cláudio Costa Val

Lisiane Cohen

Roman Stulbach

Wagner Assis


ANDRÉ KLOTZEL
diretor de Memórias póstumas

Qual o seu envolvimento com Machado de Assis?
Meu envolvimento evoluiu da situação de leitura para a de uma parceria – não-consentida pelo autor, diga-se de passagem – que levou a um intenso envolvimento pessoal, sem nenhuma pretensão a rigor acadêmico. Posso dizer que faço grande torcida para que o autor não tenha se ofendido, desde a posteridade, ao observar essa atitude.

Dentre tantos textos possíveis, por que você optou por adaptar Memórias Póstumas de Brás Cubas?
Eu não optei por adaptar textos – não era esta minha proposta inicial – e sim por contar histórias. Essa história sem-história, que é o Memórias Póstumas, me fascinou justamente pela constante oposição machadiana entre o contar e o não-contar.

O que norteou o trabalho de adaptação?
O ponto-chave da adaptação foi achar o tempo e o espaço em que se encontrava o narrador Brás Cubas. Uma vez que no romance ele se dirige ao leitor depois de ter morrido – o livro foi publicado mais ou menos 12 anos depois da morte de Brás Cubas – e que para os fantasmas, diante da eternidade, o tempo de 12 anos ou 120 é praticamente o mesmo, achei que o personagem-narrador conheceria a sétima arte e poderia se dirigir perfeitamente bem ao espectador cinematográfico, como o faz.