Adnor Pitanga

André Klotzel

Cláudio Costa Val

Lisiane Cohen

Roman Stulbach

Wagner Assis


LISIANE COHEN
diretora de Hoje tem felicidade

Qual o seu envolvimento com Machado de Assis?
Conheci a obra de Machado de Assis na escola. Com o passar dos anos, aumentando o meu conhecimento sobre literatura, percebi o quão fantástico e diferenciado é este autor. Sem dúvida, um dos maiores que a literatura brasileira já viu.

Dentre tantos textos possíveis, por que você optou por adaptar o capítulo "A propósito de botas" de Memórias póstumas de Brás Cubas?
Esta é uma história peculiar. A minha Vó me contava, como piada, a história do homem do sapato apertado, que só se sentia feliz quando tirava-o dos pés. Quando li Memórias póstumas de Brás Cubas e me deparei com “A Propósito de Botas”, fiz este link e resolvi juntar as histórias, com a imagem que eu fazia delas. O texto do Machado de Assis é genial e muito cinematográfico. O texto de “A propósito de botas” é carregado de nuances, sentimentos e imagens. Perfeiro para um filme.

O que norteou o trabalho de adaptação?
Na realidade, eu preservei a idéia de causar um sofrimento para, ao se livrar dele, ter aquela sensação de prazer, de felicidade. O restante, a realidade do personagem, o detonador daquela ação de comprar um sapato apertado, o sofrimento, a vontade de chegar, o tirar os sapatos, foram criados com o intuito de levar o espectador às sensações vivenciadas pelo personagem. Por se tratar de um capítulo que faz parte de um todo, de um livro, precisei isolar a idéia essencial, pois queria fazer um curta-metragem com força, estética, interpretações que a valorizassem.